Leis e Liberdade

liberdade

“Pai”, perguntou o filho que desejava escapar dos limites paternos, “quando serei velho o bastante para fazer o que eu quero?” “Não sei, filho. Ninguém ainda viveu tanto tempo para isso.” respondeu o pai.

Essa estória ilustra a concepção que muita gente, e não só criança, ainda faz do que é liberdade. Interpretam, erroneamente, que liberdade é a total ausência de restrições. Liberdade sem limitação seria anarquia suicida.

“…como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.” 1Pe 2.16.

Liberdade absoluta é algo que não existe. Não se pode escapar às leis que regem o universo físico. Não se pode também violar as leis do universo moral, que visam o bem comum. É livre o homem que anda de acordo com as leis. Só se sente restringido aquele que se insurge contra a ordem estabelecida.

Mesmo as estrelas do céu, em todo seu esplendor, não são livres. Elas também precisam obedecer a trajetória da ordem dentro da lei. Se fossem indisciplinadas, destruiriam a si mesmas e arruinariam o universo. A lei protege e garante a liberdade. Como o trânsito de veículos seria impossível na cidade, sem leis de tráfego, assim também a existência feliz dos seres humanos só é possível pela obediência voluntária às leis divinas e civis.

Como a ilustração da chama de uma vela que reclamava dos vidros ao seu redor, que a protegiam. Ela exigiu que se retirassem aquelas paredes de vidro que limitavam sua liberdade de espalhar sua luz suave na escuridão da noite. Lembraram-lhe que as paredes de vidro garantiam a sua própria existência. Mas foi em vão. Diante de sua insistência, as paredes foram removidas. Açoitada pelo vento, a chama estrebuchou por alguns instantes e apagou-se.

Liberdade sem lei é como a locomotiva paralisada sem os trilhos. Como os trilhos provêm caminho seguro para o trem, assim a lei orienta a conduta humana. Os libertinos e devassos, que não respeitam as leis, se vangloriam de uma falsa liberdade, mas na verdade são escravos de suas paixões e más condutas.

Aquele que voluntariamente escolhe sujeitar-se a Cristo como seu Senhor, esse descobre a verdadeira liberdade.

“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”  João 8.30-32.

(extraído e modificado de texto de Júlio Schwantes
– Livro Colunas do Caráter)