O Dom do Espírito Santo (1): Uma experiência na entrada
“E (Jesus), comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Atos 1.4-5
Esse é outro ensino fundamental que Satanás tem procurado anular distorcendo e confundindo. Mas ele não é vitorioso. Vitorioso é o Espírito Santo que tem sido conhecido e experimentado cada vez mais. Deus tem derrubado barreiras e tradições humanas para que o seu povo possa conhecer essa tremenda experiência de revestimento e poder. As mentiras e enganos do diabo são anulados pela Bíblia. Com ela, podemos responder cada uma das perguntas abaixo.
Quais as bases bíblicas do Batismo com o Espírito Santo?
- João Batista falou que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11).
- O próprio Jesus fez essa promessa (At 1.4,5,8).
- Esta foi a experiência dos apóstolos (At 2.1-4).
- Pedro disse que era um promessa para todos os chamados por Deus (At 2.39). Alguns dizem que trata-se de uma experiência apenas para o tempo dos apóstolos, que hoje Deus não age mais assim. Porém isso não está escrito em nenhum lugar da Bíblia. O Espírito Santo é que dá poder. É o “motor” da igreja. Se Deus nos tirasse o motor, a igreja ficaria parada. A verdade é que a promessa é para todos os chamados de Deus. • Foi também a experiência de Cornélio e outros na sua casa (At 10.44-47).
- Quando os que criam em Cristo não tinham essa experiência, os apóstolos os guiavam a isso, como no caso dos samaritanos (At 8.14-17), e dos efésios (At 19.1-7).
Os textos acima, juntamente com At 2.38, desfazem dois enganos muito comuns na igreja.
1º Engano:
Os grupos tradicionais costumam rejeitar a ideia ensinada pelos grupos pentecostais de que há uma experiência a mais, além da conversão, chamada “Batismo com o Espírito Santo”. Para isso, apóiam-se, e com muita razão, em At 2.38, dizendo que se o homem cumpre as duas condições (arrependimento e batismo), o terceiro ingrediente (o dom do Espírito Santo) é dado automaticamente pelo Senhor, visto que é uma promessa, e Deus não pode falhar. Eles dizem: “Todo aquele que creu e foi batizado já tem o dom do Espírito Santo, não necessita de outra experiência”. Entretanto, essa argumentação tropeça nos textos de At 8.14-17 e 19.1-7.
“Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus. Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo.” At 8:14-17
Se fosse automático, como Paulo perguntaria aos efésios se receberam o Espírito Santo quando creram? E como explicar o fato dos samaritanos, já batizados no nome de Jesus, não terem recebido o Espírito Santo? Vemos então que havia uma experiência a mais que eles precisavam ter.
O batismo com o Espírito Santo era
uma experiência específica e definida.
2º Engano:
Os grupos pentecostais, apoiados nos textos acima, pregam corretamente que há uma experiência a mais. Há algo além de arrepender-se e ser batizado. Entretanto, geralmente acrescentam Lc 24.49 e At 1.4 (“esperassem a promessa”), e falam da “espera”, dando a entender que esse dom deve ser esperado, buscado e até suplicado. Assim, o ensino vai para o outro extremo, porque ignora o fato de que o Dom do Espírito Santo já foi dado a todos os que creram (At 2.38-39). O Espírito Santo já foi enviado porque Jesus já foi glorificado (Jo 7.39). A promessa já se cumpriu. Não se trata mais de esperar a promessa, mas de receber.
O Espírito Santo já foi derramado.
Não necessita mais ser esperado.
O ponto de equilíbrio está em entender que, por um lado, o dom do Espírito Santo já foi dado a todos os que creram, portanto não necessitamos esperar nem buscar aquilo que Deus já nos deu. Mas, por outro lado, quando alguém se converte ao Senhor, ele deve ser instruído a respeito desse dom, receber imposição de mãos e se apossar da promessa de tal maneira que ela seja evidente, palpável e consciente (At 2.4; 8.17-18; 10.44-46; 19.2,6). Não é uma busca e uma espera, mas também não é algo automático e inconsciente. Se não é automático, por que dizemos que está na porta? Porque, apesar de não ser recebido automaticamente no batismo em Cristo, deve ser recebido imediatamente depois dele. Não é necessário esperar dias, meses ou anos. Faz parte da porta. É para ser experimentado no início de nossa vida com Jesus. Na verdade, deveria ser no mesmo dia em que nos batizamos em Cristo Jesus. Ilustração: Alguém recebe uma caixa de presente no seu aniversário. Ele não sabe que essa caixa contém três objetos. Pega os dois primeiros, fica maravilhado e dá graças a Deus. Entretanto não vê o terceiro objeto na caixa, e a fecha colocando-a de lado. Depois, começa a orar a Deus, pedindo justamente o objeto que está na caixa e ele não sabe. Ou seja, já lhe foi dado o presente, mas ele não tomou posse, não o recebeu por ignorância. Quando for devidamente informado, então vai abrir a caixa, e “receber” aquilo que “já lhe fora dado”. Na verdade, quando alguém crê no Senhor e é batizado, recebe o Espírito Santo. Mas essa é a habitação do Espírito: Ele vem morar em seu interior. Todos os que estão em Cristo têm o Espírito Santo habitando em seu interior. Entretanto aqueles que já têm a habitação do Espírito Santo devem agora receber o revestimento de poder que é o Dom do Espírito Santo.
(Texto retirado da Apostila Princípios Elementares – Edição 2013
– Igreja em Salvador – Site Fazendo Discípulos)
Mais sobre este tema no artigo O Dom do Espírito Santo (2): O que é o Batismo com o Espírito Santo.
Leia mais também: A PORTA – Como se tornar um discípulo