Comunicação no casamento

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A comunicação no casamento é um elemento fundamental. É ingrediente de sustentação do relacionamento. Temos visto muitos problemas graves entre vários casais que poderiam ser solucionados ou mesmo evitados se houvesse um relaciona­mento de abertura, transparência e amizade. A falta de uma boa comunicação gera mal-entendidos, atritos, mágoas e feridas entre os casais.

O relacionamento do casal é muito belo e prazeroso quando há amor e respeito, quando cada um dá a sua vida pelo outro e há um entendimento entre eles, quando existe confiança ín­tima se refletindo em todas as áreas da vida – isso produz uma profunda harmonia. Uma relação assim fortalece e prepara o casal para enfrentar as lutas da vida, porque forma em cada um vigor, ânimo e fé.

Amizade e transparência

É fundamental que este seja o relacionamento mais profun­do que cada cônjuge tem. Antes de tudo, o vínculo matrimonial é a mais sólida junta e ligamento no Corpo de Cristo. Nenhum outro relacionamento está ligado por um compromisso tão forte – até o fim da vida, nenhum outro relacionamento alcança tal nível de intimidade – uma só carne. Marido e mulher devem ser os melhores amigos um do outro.

Para alcançar isso, é necessário dar tempo e lugar de des­taque em nossas prioridades para o relacionamento com nos­sos cônjuges. Depois da comunhão com Deus, essa é a maior prioridade.

Não podemos esperar que uma amizade profunda surja sozinha. É necessário tomarmos medidas fortes e conscientes para promovê-la. Deve-se dedicar tempo e separar momentos especiais para longas e calmas conversas. É assim que se apro­funda um relacionamento e se cultiva abertura e confiança. Muitos assuntos são tratados, evitando desentendimentos e atritos futuros. Isso os aproxima e os faz participantes da vida um do outro.

Nesse relacionamento, devemos buscar alcançar um bom nível de conhecimento do cônjuge: conhecer seus gostos, necessidades, sentimentos, dificuldades, opiniões, alvos, etc. Conhecendo bem um ao outro, poderemos evitar muitos con­flitos e ser canais da benção e do suprimento de Deus.

Desenvolvendo a comunicação

Ao aprimorarmos a comunicação em nosso relacionamento conjugal, teremos um casamento crescendo e caminhando para a maturidade. A maioria de nós, por falarmos desde pe­queninos, acreditamos que sabemos conversar; isso não é uma verdade. Comunicar-se é muito mais que falar. É ouvir, falar, compreender e ser compreendido.

Dialogar = falar + ouvir +
compreender + ser compreendido

Vejamos alguns princípios para uma comunicação eficaz dentro do casamento:

a. Escute, escute em amor

Todo homem seja pronto para ouvir e tardio para falar.” Tg 1.19.

O primeiro passo para se comunicar bem é estar pronto para ouvir.

Princípios ao ouvir:

  • Não interrompa a conversação. Preste atenção às pala­vras da outra pessoa, por inteiro.
  • Não desvie o olhar da outra pessoa. Dê toda atenção. Não atenda ao telefone e desligue a televisão ou o com­putador.
  • Quando estiver ouvindo, não fique ansioso, pensando já no que irá responder.

Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha. Pv 18.13.

  • Esforce-se para compreender e valorize o que o outro está falando.
  • Faça perguntas para entender melhor o que você está ouvindo.
  • Se estiver discordando, não faça caretas nem meneie a cabeça.

Uma das chaves para termos um casamento bem sucedi­do é desejar escutar e compreender o que nosso cônjuge está dizendo. Saber que somos ouvidos nos leva a amar ainda mais nosso próximo.

Amo o Senhor, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Sl 116.1.

Que tremendo se todos pudermos dizer o mesmo em rela­ção ao nosso cônjuge: “Amo a minha esposa porque ela ouve a minha voz.”; “Amo o meu marido porque ele ouve a minha voz”.

b. Seja tardio em falar

Pense e ore antes de falar. Não seja apressado. Dê uma resposta adequada. Dessa forma, é mais fácil que o outro com­preenda o que você está dizendo.

O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! Pv 15.23.

A maneira como você diz as coisas é
tão importante quanto o que você diz.
c. Fale a verdade em amor

Fale sempre a verdade. Não enrole, não disfarce. Não exa­gere nem diminua, seja sincero. Mas fale com graça, sabedoria e amor. A maneira como você diz as coisas é tão importante quanto o que você está dizendo, às vezes, até mais. Por isso, Paulo nos fala para que “… falando2 a verdade em amor, cres­çamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo…” (Ef 4.15).

Todos os vossos atos sejam feitos com amor. 1Co 16.14.

Antes de falar algo, devemos sondar nosso coração e garan­tir que ele esteja no lugar correto. Tudo o que dissermos deve estar aprovado e dirigido pelo Espírito Santo. Cuidado! Alguns, por pretexto de sinceridade, vomitam amargura e carnalidade. Essa é uma falsa sinceridade e destrói relacionamentos.

d. Use palavras boas, que edifiquem

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. Ef 4.29.

e. Não deixe para amanhã o que pode e deve falar hoje

Não vá dormir sem estar em paz com o seu cônjuge.

Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira… Ef 4.26.

f. Discordar, sim. Desrespeitar, nunca.

É possível não concordar com o que o outro está dizendo, mas não podemos agredi-lo nem desrespeitá-lo.

Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Ef 4.31.

g. Confesse seu erro, perdoe seu cônjuge

Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutua­mente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. Cl 3.13.

Quem perdoa uma ofensa mostra que tem amor, mas quem fica lembrando o assunto estraga a amizade. Pv 17.9 (NTLH).

h. Orem um pelo outro e um com o outro

Toda a comunicação crescerá na medida em que houver oração, intercessão e súplica, um pelo outro. Juntos, diante de Deus, todas as diferenças de temperamento, ideias e gostos enriquecerão o casamento.

Bloqueadores da comunicação

a. A falta de comunhão com Deus. A nossa comunhão uns com os outros está ligada à nossa comunhão com Deus. Solução: Andar na luz (1Jo 1.7).

b. As mensagens codificadas, meias palavras e indiretas. Solução: Falar a verdade em amor (Ef 4.15,25).

c. A explosão. Isso ocorre quando discordam de nós ou tocam em nossos defeitos. É obra da carne e é pecado, fruto de orgulho. Solução: Arrepender-se, confessar a raiva e controlar-se (Ef 4.26-27).

d. As lágrimas. As lágrimas podem ser uma auto-defesa ou uma auto-piedade. São mais comuns às mulheres. Solu­ção: Buscar domínio próprio (Pv 25.28). O choroso deve lembrar-se que tem o Espírito Santo e que, portando, pode dominar-se. Não se deve dificultar o relaciona­mento. O marido, por sua vez, não deve desprezar as lágrimas da esposa. Ele deve discernir, pois alguns choros são legítimos e lícitos. Ele deve ser respeitoso e paciente, sem se dobrar diante de um choro ilícito. Espere que a esposa se acalme e retorne à conversa.

e. O silêncio. É usado por alguns como sendo um com­portamento educado e cristão. Porém, às vezes é uma fuga ou chantagem. É um comportamento mais comum entre os homens. Solução: Mesmo que não queira falar, o silencioso deve negar-se a si mesmo e falar a verdade em amor.

f. As críticas. O excesso de críticas destrói o relacionamen­to. Solução: Elogiar.

g. A televisão, o computador, o telefone e as demais tecno­logias que ocupam o tempo. Essas coisas roubam o pouco tempo que temos para nos relacionar com Deus e uns com os outros. Solução: Remir o tempo. (Ef 5.15-17).

O padrão de Deus para o casal é elevado porque é celestial e divino. Porém, marido e esposa encontram em Cristo toda a graça e capacitação para viverem Sua vontade. Bondoso é o Senhor.

(…) não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus 2Co 3.5.

 Comunicação no casamento

 Texto retirado da Apostila A Família – Edição 2013
– Igreja em Salvador – Site Fazendo Discípulos)

Mais sobre família em: A família segundo Deus.